terça-feira, 24 de novembro de 2015

no te demores


Cada reencontro é quase a reafirmação de que eu nunca terei você. A reafirmação de algo que é impossível voltar acontecer. Penso em quantas passaram, quantas ficaram. Dói saber que eu nunca poderei ser aquela que fica, que abraça sem pedir permissão, que rouba beijos sem precisar explicar. Dói saber que eu nunca poderei ser aquele seu “tipo” de mulher preferida. Aquela que você dedica parte do seu dia para dizer “eu te amo”. O lado de cá é mais cruel. Eu que me dedico a seguir você, a estar com você, a falar com você. Em troca, apenas palavras monossilábicas e conversas aleatórias. Não te culpo. Você nunca prometeu nada. Nunca deixou claro se tinha alguma intenção de se tatuar nas minhas memórias e desejos. Você nunca quis...acredito que essa seja a realidade que eu não gostaria de enxergar. Porém, a cada reencontro essa realidade vem em pequenos golpes e está cada vez mais difícil de aceitar por completo. Em cada reencontro, penso na roupa certa para vestir, penteio os cabelos pensando qual seria a forma que mais te agradaria, passo perfume em pontos que eu gostaria que fossem sentidos por você, coloco uma maquiagem sutil para você não pensar que fiz tudo isso para você. Mas eu sei….você sabe perfeitamente. Em cada reencontro, me bloqueio. Penso que seus olhares para mim não são de desejo. Penso que em cada olhar você está observando as minhas imperfeições. E aí vem novamente aquela sensação de que você não está comigo por eu ser quem eu sou. Não consigo olhar nos seus olhos enquanto falo. Não consigo te encarar por mais de 5 segundos. Me culpo por isso. Não quero ver a forma com que você me observa.

Em cada reencontro, me despeço com a sensação de que será o último. De que para você aquilo nem precisaria ter ocorrido, que foi uma perda de tempo...

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