domingo, 19 de maio de 2013

Compartilhar a vida



Em meio a tanta tecnologia, aplicativos, compartilhamentos e curtições, não podemos negar que é tão melhor o tete a tete, o olho a olho, o observar dos detalhes.

É tão incrível conversar olhando nos olhos da pessoa e muitas vezes se deixar levar pela vermelhidão da pele, ao ponto da pessoa em questão notar o efeito que te causa. Ao mesmo tempo em que machuca, que culpa, pelo desejo, pela vontade do contato, do querer abraçar, dar as mãos, falar ao pé do ouvido...e não poder. A vontade que causa tristeza. A vontade que causa o desejo de mudanças, mas é uma mudança que não depende da própria vontade. 


Há de existir alguma forma de negar, de não se deixar levar mais por tudo o que te encanta e te ilude, que chega com a sutileza de quem anda nas pontas dos pés para não despertar os que estão dormindo. Algo que vai se instalando sem ser notado e quando se dá conta, já está te fazendo companhia todos os dias, desde a hora em que se desperta, passando pelos momentos de distração, até a hora de dominar seus sonhos. 

Precisa-se da simplicidade de uma conversa que não necessite de palavras para existir, apenas a companhia. Precisa-se compartilhar o silêncio e não se sentir incomodado por assim estar. Precisa-se de pessoas que fazem questão de curtir o momento, os detalhes, o seu jeito desajeitado, a sua mudez instantânea quando está com raiva, triste ou enciumada. Precisa-se de pessoas que estejam "online" em todos os momentos que você está feliz (e triste também) e quando está "off", que mande uma mensagem de bom dia ou ligue para perguntar se chegou bem.

E pensar...

Not really sure how to feel about it
Something in the way you move
Makes me feel like I can't live without you
And it takes me all the way
I want you to stay

domingo, 5 de maio de 2013

Sinais...





A noite já dava o ar de sua graça, a temperatura abaixando um pouquinho e lá estava ela, caminhando pelas ruas numa sexta-feira, em meio a uma multidão de vai e vem de pessoas, semáforos verdes, amarelos, vermelhos. Atenção máxima. Ela se sentia tão frágil diante toda aquela rotina representada a sua frente. E, ao mesmo tempo, pensava que aquela a rotina era a dela também. Ela sabia disso.

Uns que se esbarravam com os outros e nem pediam desculpas, “foi mau parceiro”. Muitos desatentos, falando ao celular. Outros sentados nos banquinhos da praça vendo o tempo passar. Cada qual a sua maneira, cada qual no seu ritmo nem sempre igual ao de todos.

O ritmo dela era uma mistura de todos esses. E seus pensamentos ocupavam sua mente como um semáforo amarelo, que pisca, pisca, deixando-nos mais atentos a espera do abrir ou fechar, controlando o ritmo dos nossos passos. Vale arriscar seguir quando existe uma luz que pisca pedindo mais atenção? Vale sair correndo antes de o sinal verde aparecer?  Prefere esperar pelo próximo sinal vermelho para seguir adiante o seu caminho? Ela pensa demais. Ela cogita demais. Ela também sabe disso.
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