quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Férias: Chile e Bolívia (Parte 2)

Essa é a segunda parte do roteiro da minha viagem ao Chile e a Bolívia. 
Leia a parte 1 também: acessar Parte 1.

RUMO A BOLÍVIA - UMA AVENTURA NUM 4X4



Mapa do roteiro 


Durante muitos anos um dos meus maiores desejos de viagem era conhecer Salar de Uyuni. Ficava encantada com as fotografias daquele lugar e de todo o trajeto feito no tour. Além de achar incrível, eu tinha também muito receio de encarar essa viagem sozinha. Quando digo sozinha é viajar sem algum amigo mais íntimo, embora durante o trajeto você faça muitos novos amigos. O passeio ao Salar não é de fato uma viagem lá muito fácil de se fazer e só encara quem está realmente disposto a se aventurar no meio do nada, mas cercado de paisagens que mais parecem pinturas de tão surreais.

Antes de viagem alguns nos alertaram muito sobre o frio e altitude desses lugares, seja no Atacama ou na Bolívia. A média de temperatura à noite eram sempre abaixo de 0 grau. Um grupo de brasileiros que conhecemos no hostel nos disseram para nos preparar para -13 graus de temperatura em Uyuni. Isso mesmo. em um sinal de menos antes do 13. hahahaha Imagina mim, moradora do Rio de Janeiro, que acha que 16 graus já é frio pra caramba enfrentar -13? Pois é, essa é a graça da aventura. Não saber o que nos espera, mas ter que estar preparado para tudo. Absolutamente tudo.  

O ponto da altitude é importante comentar, pois muitos não conseguiram passar muito bem com os seus efeitos. Eu, por exemplo, não senti absolutamente nada, nadinha. A altitude não me afetou em nada e é até curioso, pois morei em Medellin durante um tempo em uma altitude de um pouco mais de 1.500m, mas é relativamente baixíssima se comparar com a altitude do Deserto do Atacama, de aproximadamente 2.400m, e as maiores altitudes enfrentadas na Bolívia, de aproximadamente 4.500m. As pessoas que não se sentiram bem durante o trajeto disseram ter sensação de enjoos e dores de cabeça, para dormir  principalmente. O nosso guia nos orientou a dormir sempre com a cabeça em uma altura mais alta que a habitual para diminuir o desconforto com a dor de cabeça.

Folha de coca para mascar ou fazer chá.
Tendo em vista a possibilidade de desconforto por conta da altitude, vale se preparar e levar medicamentos para encará-la bem. Nós compramos um medicamento primo do Dramin chamado Mareamin. Ele serve para os enjoos e dores de cabeça, porém usei ele uma vez só, que foi em Santiago para subir o Valle Nevado. Ele deixa a gente meio lenta, mas me pareceu ser bom. Outra opção é comprar folha de coca que vende em várias vendinhas. Você pode mascar ela normalmente ou fazer o chá. Como me sentia bem, não precisei me medicar, mas aqueles que não se sentiam bem disseram que a folha de coca era de fato muito boa para aliviar os efeitos da altitude.

Há diversas empresas que fazem o tour ao Salar, tanto partindo da própria Bolívia quanto de San Pedro de Atacama. Partindo da Bolivia é obviamente mais econômico, mas como estávamos em San Pedro e nossa passagem era de Calama preferimos fechar um bate e volta para a cidade. Até tinha pensado na possibilidade de fechar o tour de 2 noites e 3 dias e terminar o tour na cidade de Uyuni e de lá ir pra alguma outra cidade, mas percebi que as distâncias da Bolívia eram muito grandes e as estradas nada convidativas.  Dessa forma, fechamos o tour de 4 dias e 3 noites com a empresa Cordillera Traveler, que parte de San Pedro de Atacama e retorna na manhã do 4º dia.

O tour pela Bolívia não foi muito econômico. Na realidade pecamos ao fechar o tour pela internet antes de ir, pois quando chegamos a San Pedro vimos que indo diretamente na agência acharíamos passeios bem mais baratos do que pagamos. Entretanto, achei que seria melhor chegar com esse tour garantido. Eu queria muito fazê-lo e precisava de datas fechadas para me programar para os demais passeios que eu faria em S.P. de Atacama. Pagamos o valor informado no site da Cordillera Traveler, de US$ 220. Antes de fechar o tour fiz algumas pesquisas de agências e vi que a Cordillera Traveler era uma das mais recomendadas, mas é claro que não podemos esperar hotéis e refeições luxuosas de qualquer uma das agências.

13 DE SETEMBRO - QUE SE INICIE O TOUR

O dia 13 começou cedinho, com frio na barriga. No dia anterior nos preparamos para encarar esses 4 dias no meio do nada. Compramos algumas coisinhas pra beliscar no carro, galão de 6L de água, papel higiênico. Todos devem fazer seu kit pessoal de sobrevivência, rsrs. A van da Cordillera passou umas 7h30 para nos buscar no hostel. Na van já tinham outras 4 pessoas e no decorrer do trajeto soubemos que éramos todos brasileiros. Imagina isso? Seis brasileiros. hahahha

A primeira parada foi na imigração do Chile. Descemos lá e fizemos o processo de rotina de verificar e carimbar o passaporte. Senti que a imigração chilena é bem “rigorosa” nesse sentido, pois ela de fato fiscaliza você e a foto para ver se coincidem. Eu estou outra pessoa na foto do meu e a moça que me atendeu olhou pra mim e para foto umas 3 vezes. hahaha
“Bem diferente, não?”, me disse ela. Dei um riso meio sem graça e disse que já iria atualizá-lo em breve (ele vence em outubro do próximo ano).Feito isso pegamos um onibus que nos levou até a fronteira com a Bolívia.

Ao chegar na fronteira com a Bolívia atingimos o equivalente a 4.400 metros acima do mar. Ou seja, mudamos em uns 30 minutos mais de 2000 metros de altitude.  Doideira, não? Chegando lá fazia um frio bizaaaaaarro! Não tinha me dado conta no lance da altitude ainda, mas a temperatura era tão baixa por conta disso também, além de ventar bastante e diminuir a sensação térmica. Descemos do onibus e passamos pela imigração da Bolívia, novamente fiscalizam o passaporte e carimbam. Imigração da Bolivia é praticamente uma casinha simples no meio do deserto. Feito isso, fizemos uma parada e tomamos o café da manhã. Já havia um grupo grande nessa hora. Já não éramos apenas 6 brasileiros, tinham outros grupos por lá também. A Cordillera Traveler inclui no seu pacote todas as refeições, isso é dizer, café da manhã, almoço, lanche e janta. Nada muito luxuoso não, mas bom o suficiente para poder nos alimentar bem. Para aquelas pessoas que são mais difíceis com a alimentação eu aconselho a levar coisinhas para beliscar e os que são vegetarianos devem avisar antes na agência, pois possuem um cardápio diferente.

Nessa parada também foi o momento de trocar de veículo e ficar num 4X4. Cada carro fica com 6 pessoas e o grupo de brasileiros ficou junto. Acho que a empresa de fato selecionou a gente para que ficássemos juntos. O outro grupo era formado por 2 ingleses, 1 alemão, 1 chilena e 2 suiças. “O grupo dos gringos”. O alemão recebeu um apelido especial, mas acho que não vale mencionar aqui. hahahaha

Que comece a aventura! Desde o inicio do trajeto já fomos brindados com uma paisagem linda, tendo como destaque principal o vulcão Licancabur, o meu queridinho. Ele vai aparecer em diversas fotografias e acredito fazer parte tanto do Chile quanto da Bolívia, embora oficialmente seja chileno. No primeiro dia de tour fazemos paradas em algumas lagoas, a Laguna Verde, Laguna Blanca e Laguna Colorada, passamos por um deserto boliviano chamado de Desierto de Dali que tem esse nome por conta de sua paisagem de formas surrealistas. Fazemos também uma parada nos Geysers de Sol de Mañana, que tem umas piscinas águas termais.

O mais incrivel desse passeio é a variação de paisagens ao longo do caminho. Num mesmo quadro a gente percebe a vegetação a nossa frente, com pajas ou alguma outra, logo a frente um deserto com uma lagoa lindissima, ao fundo uma cadeia montanhosa e no seu topo muito gelo. Que mistura mais linda é essa?

Lagunas Blanca, Verde e Colorada
A variação na cor das lagoas se deve aos minerais encontrados na água. A Laguna Verde, por exemplo, tem uma grande quantidade de arsénio e cobre em suspensão na água. A Laguna Blanca (branca) é composta basicamente por Borax, um tipo de sal hidratado de sódio e ácido bórico e a Laguna Colorada (vermelha) tem essa cor por conta de alguns sedimentos e pela pigmentação da alga que cresce lá.Todas elas são incrivelmente lindas. A Colorada foi a que mais me chamou atenção, pois nunca tinha visto uma laguna com aquela tonalidade. Vale ressaltar que a coloração das lagoas fica mais intensa dependendo do sol e do vento que bate na água.


Os Geysers eu tive a oportunidade de vê-los no Atacama e na Bolívia. Senti que os da Bolívia tinha um cheiro muito mais forte de enxofre e não tinha demarcações de caminho para que pudéssemos andar em segurança. Rsrs Quando visitei os Geysers del Tatio, no Atacama fui entender o quão perigoso é pisar naquele solo! hahaha Os Geysers são nascentes de águas termais que entram em erupção devido às altas temperaturas das rochas e lavas vulcânicas, expelindo um jato e vapor de água que pode chegar até 80 metros. Os Geysers só surgem em regiões que tiveram erupção vulcânica relativamente recente, por isso é um fenômeno que não existe no Brasil, pois  os últimos vulcões se extinguiram no período mesozóico, entre 245 e 66 milhões de anos atrás. Existem apenas 1000 geysers (aproximadamente) no mundo e são divididos em EUA, Rússia, Chile, Alasca e Islândia. O Chile é a terceira maior região do mundo com o Geysers del Tatio.

Geysers Sol da Mañana
Feito todos os passeios do dia fomos para o hostel localizado pertinho da Laguna Colorada para passar a noite. Chegando lá nosso grupo todo ficou em um quarto. Era chamado de “Hotel de Montanha”, pois logo ao fundo tinha uma cadeia montanhosa. Era no meio do nada...não sei nem como alí tinha energia elétrica. hahaha Vale dizer que não tem internet wifi em nenhuma parada. Apenas numa parada feita para o almoço e na cidade de Uyuni no último dia do passeio. Em ambos o wifi é pago, 15min a 1 hora. Ah, mais uma coisa. Na primeira noite não tem banho! D: rsrs Mas nada que te tire a vida, ok? hahaha

Chegando lá fizemos um lanche da tarde e fomos nos organizar no quarto. Uma hora depois o nosso guia já foi nos chamando para voltar ao refeitório para a janta. Comemos bem essa noite. Nesse hotel estávamos em 3 grupos, os dos brasileiros, dos gringos e dos velhinhos franceses. Sim! Velhinhos de 70 anos para cima! Velhinhos no meio do nada na Bolívia! Achei aquilo incrível e quero ter essa disposição quando chegar nessa idade. hahaha O cardápio deles era diferenciado. Com certeza pagaram muito mais caro que a gente. rsrs Tinha pacotes nessa agência que chegaram a mais de 2 mil dólares. Oi, né?

Nessa noite dormimos numa altitude de 4.500 metros aproximadamente. Uma altitude surreal para quem está no limite do mar, não? Mas por mais incrível que possa parece não senti nada, absolutamente nada, com essa altitude. Essa foi considerava a noite mais fria, embora eu tenha achado a última noite. Me enfiei no meu saco de dormir e por baixo das 50 mil cobertas e dormir muito bem. Alguns amigos de quarto não se sentiram nada bem durante a noite. Muitas dores de cabeça, enjoos, diarreia. Por isso eu reforço para irem preparados e com medicamentos e folhinhas de coca para o caso de se sentirem mal também. O importante é dormir com a cabeça numa altura mais alta que a habitual. Isso diminui um pouco os efeitos da altitude.

14 DE SETEMBRO

Acordamos na madrugada do dia 14, tipo 5h da manhã? rsrs Embora o dia anterior tivesse sido bem pesado, estava bem disposta. O segundo dia de tour passaria pelo deserto de Siloli, onde existe um conjunto de formações rochosas bem diferentes com erosão formada pelo vento, conhecemos algumas lagoas altiplanas e por último passamos pelo Salar de Chiguana, nada parecido ao de Uyuni.

Esse dia andamos bastante tempo no carro. Muito. Mesmo. rsrs Para aqueles enjoam com facilidade dentro de veículos é bom se preparar. Nesse percurso o motorista passa por pontos que eu nem sabia/imaginava que o carro pudesse passar. hahahaha Mas digo que, embora dentro do carro, nada perdemos para apreciar a paisagem e as mudanças que ocorrem com ela devido a altitude e temperatura.


A primeira parada num Mirador de Águas Calientes e vimos um espetáculo lindo da natureza às 7h30 da manhã. É absurdamente linda a paisagem com as fumarolas do vapor da água quente quando se encontra o ar frio. E para ficar mais lindo ainda tinham duas llamas que nem se importaram com a nossa presença por alí. Posaram para nossas fotos e tudo mais. Continuamos o passeio pelo Deserto de Siloli. Lá vimos as formações rochosas que mais pareciam árvores de pedras. São loucas e incríveis e o divertido é brincar nessas formações. Se arrisca? hahahah


Mais a frente (e muito mais tempo em carro...rsrs) passamos por vários tipos de paisagem e tivemos uma louca miragem ao final de uma. Vimos um mar, com ondas e areia. Um mar lindo no meio do deserto. Como isso, Brasil? Conforme o carro ia se aproximando o mar já ia se transformando em um lago (e tinhamos certeza de que era hahaha). Logo depois o lago já era um mini lago até não existir nada e sobrar só sal. Um pequeno salar no meio do deserto, salar esse chamado de Salar de Chiguana (foi uma dificuldade entender Chiguana do nosso guia. Só entendia Tijuana hahah). Para nossa supresa fizemos uma pequena parada em uma outra parte e tinha sim uma pequena lagoa, a Lagunda Honda.



O Salar de Chiguana é formado em uma depressão alimentada por pequenos riachos onde a água escoa das cordilleras e do Salar de Uyuni. Já está a uma altitude mais baixa, a 3.650 metros, e tem apenas 415 km2 (digo apenas porque o Salar de Uyuni tem 10.582 km²).

Dando continuidade ao passeio, por volta das 12h fizemos uma parada para o almoço. Uma parada bem estratégica, pois foi ao lado de uma lagoa lindissima chamada Chacorta. Onde mais a gente almoçaria com uma paisagem dessa? A comida era bem simples e sem luxo. Como já disse anteriormente, não comemos nada requintado, mas comemos muito bem.




Após almoçarmos fizemos uma caminhada até o outro ponto para ver a última lagoa do dia: Laguna Cañapa. Sim! São muiitaaaaas lagoas altiplânicas durante o trajeto. Cada uma mais lindinha que a outra. A Cañapa é alimentada por uma vertente de água de um cânion e tem fauna e flora andina. Nessa parte do trajeto ventava bastante. A gente percebia que não estava muito frio de fato, mas o vento era gelaaado. Na Cañapa vimos três espécies de flamingos. É incrível como eles não estão nem aí pra gente ali, observando-os. Acho que as únicas que estavam incomodadas na hora do almoço com a gente eram as gaivotas. hahah





Chegando ao fim de mais um dia de passeio, passamos uma ferrovia também. Não sei bem qual era o tipo de transporte, mas era de carga, possivelmente minério. O nosso motorista fez parada no momento certo. Conseguimos tirar fotos nos trilhos e logo vinha o trem. Sai correeeendo! hahaha Sacanagem.


Nesse segundo dia passamos a noite em um hotel de Sal. Sim. SAL! O chão era de sal, as paredes eram de sal, a estrutura da cama era de sal o chão era de sal. Rsrs O menos prático pra ser de sal era o chão. Queria andar de chinelos, mas era impossível! hahaha Nesse dia tivemos um lindo e gostoso banho de água quente, enfim. A jantar também foi uma delícia com direito a vinho chileno.



Na manhã seguinte acordaríamos bem cedinho para o último dia passeio e rumo ao tão esperado Salar de Uyuni. Na Bolívia nos informaram que havia uma diferença de fuso e tinha uma hora a menos que o Chile. Beleza, ajustamos nosso alarme para nos levantar as 4h30, já que sairíamos as 5h da manhã. Porém, todavia e entretanto, ajustamos a hora errada e acabamos acordando 3h da manhã acreditando estarmos certos. hahahaha Não sei o que ocorreu, no que erramos, só sei que só tinhamos nós acordados e o jeep nem estava sendo aquecido. Com isso, dormimos mais algumas horas até, enfim, ser o horário correto.

DIA 15 DE SETEMBRO - Rumo ao Salar de Uyuni


Acordar de madrugada tem seu ponto positivo e negativo. O negativo é que está um frio congelante! E o positivo é ver o quão incrivelmente espetacular é o céu. Aquele céu surrealmente estrelado. Temos a sensação que a qualquer momento podemos tocar as estrelas. É lindo, lindo. Nunca tinha visto um céu daquela forma em meio a poluição das grandes cidade. Pudera, né?  Devo dizer que a escuridão no meio do nada se torna menos escura, rsrs. O céu, com a lua e as estrelas ilumina o trajeto. Outro ponto positivo é ver o nascer do sol, a variação de tonalidade que ele traz na paisagem. E nesse dia, nascer do sol espetacular foi visto diretamente no meio do Salar de Uyuni. Alí, naquele momento, acho que de fato um desejo adolescente se tornou realidade. Vi sempre o Salar como algo quase intocável para mim, que levaria muitos anos para que eu pudesse visitá-lo. Mas não, foi numa viagem feita sozinha que eu tive o prazer de conhecê-lo. Em meio a todas as minhas reflexões, estive em sintonia com a natureza, dessa vez composta com muito sal.

Nesse nascer do sol foi o dia que eu senti mais frio. O maior frio que eu senti na vida! E eu me importei com aquilo? Óbvio que não. Precisava estar alí, sentindo toda aquela energia linda do sol nascendo. Ver o quão lindo é esse universo maravilhoso. Nada que uns pulinhos não ajudassem a espantar o frio. hahaha Estávamos abaixo de zero. E não era o vento que trazia essa sensação, pois não ventava. Era frio mesmo!


Ao longo do dia, com o sol esquentando o ambiente, a temperatura começou a subir. Chegou ao ponto de eu tirar o casaco, pois estava fazendo realmente calor. Essa mudança de temperatura nos deixava loucos. Tira casaco, coloca casaco, tira casaco, coloca casaco. hahaha

O Salar de Uyuni é o maior salar do MUNDO! Ele tem mais de 10.500 quilômetros quadrados e está localizado nos departamentos de Potosí e Oruro, no sudoeste da Bolívia. A formação de um salar é muito interessante e o de Uyuni foi formado pelo secamento do Lago Tauca. Esse lago foi formado devido ao derretimento do gelo das Cordilleras, dessa forma devemos dizer que a água do lago não vinha das chuvas, mas sim do gelo. Com esse derretimento, os vulcões que existiam foram totalmente ou parcialmente submergidas baixo d’água, formando ilhas. Por isso até hoje recebem esses nomes e no salar tem várias ilhas formadas por rochas vulcanicas de cores muito escuras e uma crosta calcária mais clara de restos de fósseis, alguns de algas marinhas. É bizarro ver em uma mesma ilha rocha vulcanica e corais.

Uma dessas ilhas se chama Isla Incahuasí (Casa del Inca), popularmente conhecida também como a ilha dos cactos gigantes. Assim como as outras ilhas, Incahuasí também é formada por rochas vulcanicas e fosseis marinhos. O curioso são os cactos e a flor Su Flor que floresce na ilha durante os meses de outubro e novembro. Não há água na ilha e mesmo assim a natureza sendo incrível faz surgir uma flor com fruto silvestre.


Na parada na Isla também fizemos o café da manhã (chocolate quente) e nessa parte tem bandeiras de vários países para tirarmos fotos. Não há como resistir. rsrs Logo em seguida fomos para o meio do salar para tirar as tão surreais fotos em perspectiva. Vou falar que não é nada fácil fazê-las. hahaha “Sobe mais, um pouco mais pra direito, não esquerda. Abaixa o pé, levanta a mão.” Click. Após o clique vem fotos maravilhosas e divertidas. *O* Nesse momento sabíamos que já era um ponto de despedida. O nosso roteiro já estava chegando ao fim.

Nossa próxima parada era na cidade de Uyuni, mas antes fizemos uma parada em um pueblito para fazer comprinhas. É tipo uma feirinha com vários artesanatos. Logo em seguida partimos e chegando a Uyuni deixamos nossas malas no escritório da Cordillera Traveler e nos despedimos do Pepe, nosso guia e motorista do percurso. Almoçamos por ali mesmo e na volta para o escritório soube que o grupo precisaria ser dividido. O grupo dos gringos ficou em 4 pessoas e eu precisei ir com eles durante o final do percurso. Mal imaginava que viria mais história por aí. Após a chegada de todos do grupo fomos com um novo guia para o hostel que passaríamos a última noite. Quando fizemos uma parada em um outro pueblito o nosso motorista notou que um dos pneus do 4X4 estorou. Foi ele fazer a troca pelo estepe. Ao finalizar tirou o macaco e puf…. o estepe também estava estourado. Ótima notícia para o fim de um passeio, não? Ele buscou por ali perto um borracheiro e para nossa sorte tinha um. Porém, até a troca do pneu e do estepe nos atrasamos por volta de umas 2h30. Isso para quem está cansado é muito tempo.

Chegando no hostel percebemos que aquele seria o pior alojamento de toda a viagem. Tinham outros grupos por lá, a janta não foi saborosa e tinha apenas um banheiro para todos. Nos dividimos nos quartos e fiquei em um quarto duplo dividindo com a chilena que veio no meu jeep. A noite foi fria demais! Não tinham muitas cobertas e o saco de dormir foi o que meu salvou nesse dia. Acredito que pelo cansaço consegui dormir bem e tive uma boa noite de sono. Na madrugada seguinte era o tempo de se arrumar, arrumar as malas e partir de volta ao Chile. Saímos bem cedo como de costume, ainda com a luz das estrelas. Foi um percurso de muito sono, mas a cada olhada pela janela entre um cochilo e outro eu via o sol saindo por detrás das montanhas e iluminando. Não havia melhor paisagem para a despedida de um tour que, embora teve seus perrengues, foi incrivel e inesquecível. :* Algo que levarei para vida.

Nenhum comentário:

Continue lendo...