terça-feira, 16 de dezembro de 2014

capítulos


É preciso aprender a virar a página ao invés de querer reescrever alguns capítulos que sabemos, sim sabemos, que não há como ter um outro ponto final. É preciso aprender que os capítulos foram encerrados para dar continuidade a alguns outros, relacionados ou não com os anteriores. Também é preciso  a  colocar você mesmo  o ponto final, pois é a sua história. Ainda que a sua esteja combinada a história de outras pessoas, é você, somente você, que pode fazer as próprias pontuações.

Muitas vezes os pontos finais de sua história confunde-se com os dos outros e você, insistindo em não encerrar o capítulo, acredita ser apenas um ponto paragrafo ou acrescenta outros dois pontos ao final. Aprender a diferença entre todos é o mais difícil. Não há lógica definida, não há uma ordem exata a ser seguida e eles se misturam, se combinam, confundem-nos. Persistir ou não em uma história é uma decisão nossa e sabemos, sim sabemos, que muitas vezes a insistência nos traz rejeições, tristezas e, algumas outras tantas vezes, amadurecimento.

sábado, 6 de dezembro de 2014

vida louca vida


E essa vida que não está nada fácil? Nem pra mim, nem para muitos, mas mais para alguns, não? Todo final de ano (sempre) me vem aquela sensação de que tudo esta passando rápido demais, que alguns dias se passaram e sequer ficou uma recordação. Essa (antiga) sensação de querer abraçar o mundo com as mãos, de se interessar por fazer milhões de coisa e perceber que te faltou tempo, faltou dinheiro ou talvez coragem. Nesse caso, mais dinheiro e tempo mesmo. Aquela rotina que se apossa do seu dia de tal forma que não sobra tempo para outras coisas, outros desejos, outros hobbies. Olha ele de novo ai...tempo, tempo, tempo. Viramos escravos do relógio, dos cronogramas, dos prazos e parece que tudo se encolheu, que os dias se juntaram, onde eu deito na cama, me enrolo no lençol, fecho os olhos e dois segundos depois tenho que me levantar, senão perco a hora, perco o tempo, corro atrás do relógio para não me atrasar. Que vida, que rotina, pare o mundo para eu descer por uns instantes, por favor. Porém o mundo não para pra darmos um respiro e (quase) sempre o dia inicia na correria, com o cansaço do dia anterior e martelando na cabeça, a cada segundo do dia, as coisas que não resolvidas (e que precisam ser).

Todo final de ano faço um balanço, muitas vezes mentalmente, dos acontecimentos na minha vida, do tipo: o que eu quis/desejei e o que eu fiz/realizou. Me surpreendo ao perceber que alguns desejos que pareciam ser simples, não ocorreram, ficaram estacionamentos, já que no momento há outras "prioridades", não há dinheiro sobrando, e há tempo que falta.

Além da rotina, há aquelas cobranças que sempre fazemos a nós mesmo. "Quando eu subirei na carreira? Será que consigo logo (tipo pra ontem) fazer a minha pós?". Vem as preocupações com as aparências, a preocupação com os ponteiros da balança (e com os do relógio). Com as olheiras que se tornaram suas amigas da vida cotidiana, com as espinhas que surgem em seu rosto sem serem convidadas e aquela celulite que você nunca reparou ali e pensa "será que sempre esteve ali ou surgiu nos últimos meses?". Ai corre pra academia, ainda que existam dias que apenas quer fugir dela.

Cobranças e mais cobranças, muito além das cobranças das faturas dos cartões de crédito. Por que fazemos isso com nós mesmos? Somos frutos de uma sociedade que aprendeu a viver assim, mas não ensina como viver?

A vida sempre está ai, esperando para ser vivida e não ser uma mera passagem. Ela é vivida naquelas pequenas coisas que passam batidas no caminho ou que não reparamos que sempre estiveram ali. Nos momentos que você sorriu por inteiro, tendo até dores na barriga e lágrimas nos olhos. Quando você ficou satisfeita com o seu trabalho e até recebeu elogio do chefe ou mesmo quanto dizem: "nossa, como você esta bonita", mesmo com os ponteiros da balança oscilando para mais e para menos durante a semana.

domingo, 31 de agosto de 2014

Sobre despedidas

É que eu precisava me perder para me encontrar.

Inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, os caminhos que hoje se cruzam, um dia se tornarão distintos.

A vida nos proporciona  diariamente encontros e desencontros e algumas das vezes sequer nos damos conta. Há aqueles que duram um fragmento de um minuto, como um bom dia dito rapidamente. Outros que duram uma vida, como amores típicos de cinema que podem sim existir na vida cotidiana.

Quem pode controlar o tempo que uma pessoa permanece ao seu lado, nos seus dias, cruzando os passos diariamente? Quem  consegue perceber a proximidade de uma despedida? Quem consegue dizer adeus quando não faz sentido dizer tal  palavra? 

Não podemos controlar os passos e caminhos que outras pessoas trilham, sequer interferir em suas escolhas. Nos  resta apenas observar, por mais que não possamos compreender, que esses caminhos e destinos que se cruzam tem seu sentido, tem o seu porquê. E não precisamos  correr atrás de  explicações, de motivos para dois caminhos que eram distintos terem se cruzado. Não, não é necessário. O ponto que precisamos nos atentar é em como aproveitamos esses caminhos e passos cruzados. E talvez esse maior um de nossos erros: percebermos o quão boa era uma companhia quando já não a temos mais, seja por conta de um adeus que se é "eterno", seja por um até logo que nos traz ou não a possibilidade de nos encontrarmos outra vez mais.

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Essa semana me encontrei com esse texto aí de cima, perdido entre um dos meus livros. Ele foi escrito há quase dois meses a um amigo, que surgiu na minha vida, fez uma bagunça e tão logo foi embora, estando há mais de 15 horas de distância em avião.

Pessoas surgem diariamente em nossas vidas, só devemos ter a sensibilidade de perceber com qual vale a pena nos importar ou não. Ao final da carta eu dizia "Aproveite os passos e caminhos que se cruzam ao seu, aproveite o tempo. Perceba que as pessoas podem se tornar muito especiais se você permitir que elas sejam".

Querem mais verdades que essas? ;)


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sobre realidade...


Hoje, depois de um tempo, pensei em você. Mas pensei de uma maneira (quase) saudável, nada brutal. Nada de achar que o mundo fosse acabar se você não estivesse fazendo o mesmo. Aquela dura realidade que vem em doses (quase) homeopáticas...e que te abrem os olhos de uma maneira sem igual.

domingo, 27 de abril de 2014

Cansei. Sufoquei.




Me perdoe, mas esse post não é para você.

Me pergunto sempre, todas as vezes. Sempre. Sempre. Qual o problema? Eu? Apenas eu? Por quê? Que maldita coisa que eu fiz para ser assim? Pedi demais? Exigi demais? Sufoquei? Quem se sufocou no próprio sufoco foi eu. Cansei. Mas não cansei hoje, ontem, anteontem. Cansei desde lá meus 16? 17? 18 anos? Por ai? Cansei. Sufoquei. Perdi as contas de quantas vezes fui dormir com várias perguntas na cabeça que se resumia muitas vezes a uma palavra: Por que comigo?  Por onde tenho andado para sempre errar os passos? Salgar a comida, exagerar na dose. O que mais esperar se de tanto esperar já me cansei. Sufoquei. Sufoquei com todas as palavras que eu não disse. Com todas as palavras que não foram ditas nos momentos certos. Sufoquei. Minhas reações não saem como esperado. Não queria demostrar. Demostrava. Por quê? Se sempre arriscava no jogo. Dava partida. Queimei a largada, tropecei nos próprios pés. Ou joguei o jogo com as mesmas cartas. Persisti nas mesmas cartas que eu sabia.... Sabia que não era o jogo vencedor. Mas, por quê? Como saber? Como esperar por respostas se nem ao menos as perguntas foram formuladas? Cansei. Sufoquei. Sufoquei na dança. No compasso desacelerado. Sabia que o passo não era para acompanhar o meu. Por que insisti? Esperei. Dei chances que não foram aproveitadas por mim. Nem por você, por ele ou aquele.Cansei. Sufoquei. Cansei do meu jeito sufocante de me sufocar. De prender o choro. De me privar. De dizer não, que não dá, que não é pra mim, que se eu fosse de outra forma e blá blá blá. Que forma? Não temos forma. Vou me reinventar? Não. Cansei de não raciocinar em momentos que exigiam muito de mim. Cansei de tanto pensar. Ou de falar tudo de uma só vez. De falar impulsivamente, de falar esperando uma resposta. De falar e me arrepender de ter falado e depois achar que está tudo normal. Tudo bem. Tudo normal. Não, querida, não está. Você sofre por dentro. Você guarda esse sentimento. Você sorri. Esse sorriso traduz o que realmente passa? Não? Cansei. Sufoquei. De ter nó na garganta. De ter um aperto no peito. De sentir uma tristeza repentina como se o mundo fosse acabar amanhã e eu não pude dizer tudo o que queria dizer. Mas disse. Não importa. Não fez diferença. Nunca faz. Às vezes você não tem controle dos seus passos. Você não tem controle do tempo. Você não tem controle dos seus sentimentos. Nem os de outro alguém. 




Ao som de.... It's time.





quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Curiosamente

Ao folhear um livro numa dessas bibliotecas a céu aberto, Clara encontrou dentro de um deles um papel amassado, um pouco rasgado, mas que ainda dava para ler bem a letra cursiva escrita em tinta vermelha. Não estava datado, tão pouco assinado, mas estava claro que quem o escreveu, não queria que ninguém mais lesse.

Em caligrafia delicada, tais palavras manchavam de vermelho o papel:


"Curiosamente ainda espero você me enviar uma mensagem para dizer que andou pensando em mim, que sentiu saudades, que gostaria de me encontrar. Curiosamente ainda espero  você me dizer que gostou daquela noite, que se pudesse repetiria muitas outras vezes. Como espero que num desses encontros casuais me roube um beijo travesso, do jeito que sabe fazer, com mãos ao redor da cintura, um sorriso escondido, um carinho na nuca. Curiosamente espero, sem nenhuma pretensão, sem nenhuma esperança de que esses desejos sejam seus também, além de somente meus".


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