terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Possibilidades

Feliz Natal a todos. ;)
Que os presentes sejam possibilidades.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O recibo que se apagou...


Clara se despertou depois das duas da tarde, mas ainda tinha sono. Não sabia o motivo, sequer tinha saído na noite anterior. Apesar disso, lutou contra suas vontades, se levantou da cama, lavou o rosto, preparou o café da manhã e sentou-se à mesa do computador para revisar tudo que era necessário fazer. Percebeu que ele estava online. Não se importou, não cogitou a ideia de puxa conversar. Estranho.

“Estranho não ter mais aquela vontade de falar com você, de te procurar, de querer saber o que está fazendo, se vai postar alguma música para escutar”, pensou.



Antes parecia que Clara tinha uma necessidade incontrolável de buscar ao Murilo, de saber como ele está e se com ela queria falar, conversar, bater papo...mas, dia após dia, aquilo tudo que Clara sentia foi desaparecendo, igual àqueles recibos de caixas eletrônicos que vai se apagando aos poucos. Só que dessa vez parece que Clara não havia tirado um xerox para ter de comprovação.

O mesmo parecia passar com Murilo...ao menos era o que Clara acreditava. Só que com ele passou em um tempo diferente, bem antes dela perceber que algumas letras de seu recibo já não apareciam mais.


Pensar:
 
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sábado, 1 de dezembro de 2012

Quando queremos fugir da realidade..



Todos os dias, às 6h da manhã, com o sol já aparecendo na janela do quarto, o despertador de Manuel o indicava que era a hora de se levantar para mais um dia de sua rotina. Olhava para o lado e via Luiza, sua noiva, ainda sonolenta, com os olhos meio fechados, meio abertos, uma preguiça bonita de se ver. Se não tivesse que se levantar, ele ficaria horas ali, ao seu lado na cama, apenas observando-a. Olhava para cada traço de seu rosto e para cada contorno de seu corpo. Traços e contornos que o encantavam e o seduziam.

 - Fique só mais um pouquinho aqui comigo. – Disse Luiza, abrindo os olhos, com uma voz encantadoramente rouca de quem acabou de acordar.

Manuel silenciou por alguns segundos, abraçou e deu-lhe um beijo de bom dia. Ficou pensativo, buscou o que dizer, balbuciou com as palavras.

- Não posso meu amor, embora quisesse. Você sabe que se chego mais uma vez atrasado ao trabalho, me demitem e – parou as palavras por alguns segundos - Como viveremos sem ele?

 Manuel e Luiza, embora não sejam casados, vivem juntos há um pouco mais de sete anos. Ele a conheceu ainda na Faculdade, quando tinha a sua bandinha de Rock – em diminutivo, pois era assim que se referia Luiza à banda antes dos dois engatarem um namoro. Manuel acredita que foi esse diminutivo o grande motivo para os dois começarem o romance. Uma vez na faculdade, depois de um dos shows de sua banda, ouviu Luiza comentando com uma amiga sobre o concerto. Ela usou tantas vezes a palavra “bandinha” que Manuel ficou irritado a ponto de perguntá-la o motivo pelo qual se referia assim. Isso foi apenas mais um truque de Luiza, pois sabia perfeitamente que o vocalista da banda a estava escutando e sua provocação foi toda feita de ato pensando, afinal, aquele rapaz de cabelos revoltos em cima do palco chamou sua atenção e ela não poderia negar.

Depois de esse dia, os dois nunca mais ficaram longe um do outro. Sempre juntos na faculdade, nos bares, nos shows. Após estar formado em Economia e Luiza em Artes, resolveram viver juntos, ainda sem pensar em casamento. Manuel seguia com os shows de sua banda, porém a cada semestre um membro abandonava esse sonho. Apenas vivendo de shows não era suficiente para ter estabilidade na sua vida e, tendo a certeza disso, Manuel teve que se desfazer também desse sonho.

Depois de um ano, conseguiu um emprego em uma empresa de investimentos. Trabalhava de 8 da manhã até às 5 da tarde. Uma carga de trabalho intensa. Era formado em economia, porém não gostava sequer de números. Queria viver de música e fazer dela a sua vida, mas a realidade dos fatos não o deixou.

Desde então, sempre as seis manhã, quando ouvia o despertador, não sabia se se desesperava ou se sorria. O único momento que o deixava feliz, tirando todos aqueles que estava ao lado de Luiza, era quando estava embaixo da ducha, tendo a liberdade de cantar para si mesmo e para a vida.

Inevitáveis



Despedidas são sempre inevitáveis. ;)


É difícil saber que tudo isso aqui tem dia e hora para terminar, como uma data de validade que dentro de uns meses está prestes a vencer. E como cada um tem sua data de partida, a despedida é divida em infinitas vezes e isso, de alguma forma, te faz pensar quando será a sua vez de dizer um "hasta luego" e voltar a sua vida, a sua realidade, a sua rotina. 



Depois de um tempo, de uns meses, de uns dias, todos seguirão seus rumos, fechando ciclos para iniciar outros. A vida é assim, e, assim mesmo, ela é incrível. ;)


Publicado em 27 de novembro em minha página no Facebook.
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