sábado, 17 de agosto de 2013

E um ano depois..



“17 de agosto”. Hoje exato um ano que embarquei num avião rumo a uma viagem surpreendente que durou alguns meses. É de certa forma estranho falar sobre isso, pois parece ter sido ontem e não um ano atrás. As lembranças seguem vivas aqui ao mesmo tempo que meu coração sente uma saudade que dói. Estou fazendo drama (como sempre), mas se não houvesse drama não seria um texto meu. :p

Há um ano eu embarquei num avião sozinha, levando a ansiedade na bagagem e deixando uma vida aqui no Rio estacionada durante uns meses. Antes de ir nessa louca (e sensacional) aventura tive que fazer escolhas, abandonar um estágio, deixar um semestre de faculdade pra trás... mas senti que aquele era o momento para isso. Aquele era o momento para eu me arriscar a trilhar meu caminho sozinha e descobrir com meus próprios passos qual seria a melhor direção a seguir. Ali era eu e meus sonhos, minha curiosidade, minha sede por conhecer outras culturas e pessoas e momentos e lugares e outras vidas. Depois do intercâmbio, sinto que a vontade de conhecer o "desconhecido" apenas aumentou. Podemos dizer que foi criado um vício (gostoso) de querer viajar e conhecer novas cidades, novos países... às vezes sinto que a vida não tem sentido se você resume ela a apenas uma perspectiva, ao analisar somente sobre a visão de sua cultura, sobre os filtros que você coloca em sua “observação” do outro sem nem ao menos perceber. Acho que a minha viagem é isso, buscar entender o por quê da minha própria existência. Aprender mais sobre eu mesma e entender os meus limites. Ver que a vida é muito mais que a rotina de pegar metrô lotado para ir da casa a faculdade. O conhecimento, as experiências são outras tão mais ricas, meu amigo.

O que seria de mim hoje se eu não tivesse a coragem de “estacionar” uma vida aqui e ir viver uma outra, com tantas novidades? Infelizmente nunca poderei saber. Mas hoje, um ano depois, a minha única certeza é que essa experiência é algo que levarei para toda vida e além dela. ;)

Como eu poderia ficar sem conhecer as pessoas incríveis que passaram por mim? Os momentos de saudades, as “rumbas”, as cidades lindas, até mesmo o guaro, patacon, mango biche e pizza hawaiana (que até hoje não sei pronunciar em português haha). Não esquecendo da experiência nas águas caribenhas, no carnaval diferente de Pasto, na viagem incrível de final de semestre na Universidade, além do mochilão de fim de ano, comemorando o Natal em Medellin, meu aniversário em Cali, Ano Novo em Quito. Uffa... quantas experiências e momentos gostosos de serem recordados.

Mas todo intercâmbio tem seus momentos deprês. Não nego que chorei de saudade, que quis voltar pro Brasil em alguns momentos, que quis dizer adeus. Não foi fácil, tão pouco as mil maravilhas. Tive momentos de choro, raiva, medo... mas tudo, absolutamente tudo, me fizeram amadurecer e aprender a lidar com as surpresas (nem sempre boas) que a vida nos traz. Todos esses momentos me mostraram que sou muito mais forte do que imaginava.... e que muitas pequenas reclamações diárias que eu faço não me servem para nada, apenas para me deixar de mau humor.

Outra grande experiência que aprendi é que nós dependemos apenas de nós mesmos em diversos casos. Se quiser fazer algo, faça! Vá, arrume as malas, sai de casa, vai ver a vida. Nem que seja parar sentar debaixo de uma árvore e pensar na vida ou ficar horas na biblioteca lendo livros interessantes sobre fotografia. Sozinha. Sim, por que não? Por que a estranha mania de sempre pensar em alguém a mais para fazer um programa com você? Ter uma companhia é sempre ótimo, mas, às vezes, a vida quer que você faça isso sozinha. E, sem dúvidas, te reserva uma experiência totalmente diferente de tudo.

Digo, com toda certeza, repetiria tudo novamente. Talvez aproveitando mais aqui e reclamando menos daquilo ali. Mas faria tudo novamente. O intercâmbio veio na hora exata, na hora que eu mais precisava para entender mais sobre mim mesma, a valorizar mais minhas ideias. A aproveitar mais a vida. A não ter medo de fazer escolhas quando necessário e saber que não há como fugir dos problemas quando surgem.

Nesse momento, meus olhos se enchem de lágrimas. A vontade de querer voltar ao tempo é grande e a curiosidade de saber quando vou vivenciar isso de novo é maior ainda.

Colombia, obrigada por tantos momentos incríveis. E logo estarei de volta..como perfeita “viajera”. :)
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